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Exportações salvam trimestre da BRF - 30/07/2013
Impulsionada pelo melhor desempenho das exportações, a BRF, empresa criada a partir da associação entre Sadia e Perdigão, obteve um lucro líquido de R$ 208,4 milhões no segundo trimestre deste ano, um crescimento de mais de 3.000% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o lucro foi de R$ 6,4 milhões.
 
O resultado do ano passado foi afetado pelas obrigações feitas pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para permitir a fusão. Isso ajuda a explicar a alta tão relevante do lucro neste ano. Mas apesar de positivo, o desempenho no segundo trimestre veio abaixo das estimativas de mercado, de lucro líquido de R$ 360 milhões. 
 
A receita líquida da BRF cresceu 10% na comparação com o mesmo período de 2012, para R$ 7,252 bilhões. Esse incremento se deve, principalmente, ao desempenho da divisão mercado externo, que considera as exportações da companhia a partir do Brasil e as operações no exterior. 
 
Maior exportadora de carne de frango e suína do Brasil, a BRF foi beneficiada pela valorização do dólar diante do real e pela redução dos custos dos grãos usados na ração animal. No segundo trimestre, a receita líquida da BRF no mercado externo totalizou R$ 3,424 bilhões, 19% a mais que no mesmo período do ano passado. 
 
Apesar do momento mais favorável para as exportações, a empresa ainda teve de lidar com um cenário "desafiador" no mercado brasileiro, com a inflação de alimentos elevada. Também pesava contra a BRF a comparação com o segundo trimestre de 2012, quando a empresa ainda contava com os ativos de dez fábricas de alimentos processados, oito centros de distribuição, e algumas marcas, entre outros que vendeu para a Marfrig por determinação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). 
 
"O desafio da BRF no mercado interno no segundo trimestre foi mitigar os efeitos do consumo retraído e da venda dos ativos e suspensão de marcas", afirma a empresa. Apesar disso, a receita líquida da BRF no mercado interno cresceu 3% no segundo trimestre deste ano, para R$ 4,101 bilhões. 
 
Mesmo diante de um cenário desfavorável no mercado interno, a empresa conseguiu registrar fatias acima de 50% nas categorias em que atua - exceto lácteos, com 10,4%. Em margarinas e massas, as participações de mercado da BRF ficaram em 56,5% e 61,3%, respectivamente. Em industrializados, congelados e pizzas, as fatias correspondentes foram de 52,9%, 62,6% e 53,1%.
 
"No comparativo com o ano anterior, além dos lançamentos que respaldaram o desempenho no mercado interno, as exportações tiveram recuperação importante devido a um equilíbrio entre oferta e demanda mundial. Os segmentos de food service e lácteos também tiveram desempenhos superiores ao mesmo período do ano anterior", disseram o presidente do Conselho de Administração, Abilio Diniz, e o diretor-presidente da companhia, José Antônio do Prado Fay, que assinam a mensagem do relatório.
 
O mercado espera por mudanças na companhia, com a chegada de Diniz à frente do colegiado e da contratação da Galeazzi & Associados, consultoria de gestão empresarial do ex-presidente do Pão de Açúcar Cláudio Galeazzi, homem de confiança de Diniz, que entrou no lugar de Nildemar Secches, em 9 de abril.
 
Conhecida no mercado por fazer reestruturações especialmente na redução de custos e eficiência operacional com enxugamento de pessoal, a consultoria pode diminuir a quantidade atual de executivos - cerca de 50. Além disso, o mercado já fala em algumas mudanças operacionais, como na estratégia de venda no mercado interno; uma nova onda de corte de custos nas operações, incluindo em eficiências de unidades, distribuição, entre outros e foco no capital empregado e retorno. 
 
 
Aqui, foco na padaria. E não é para comprar pão.
 

A 'padaria' da BRF, montada na feira Fipan para mostrar aos donos de panificadoras como podem vender melhor frios e laticínios.
 
A 'padaria' da BRF, montada na feira Fipan para mostrar aos donos de panificadoras
como podem vender melhor frios e laticínios.
 
No mercado brasileiro, os desafios da BRF são de outra ordem. E parte da empresa tem frequentado com assiduidade as padarias. Não é para comprar pão ou mortadela, mas para ajudar os donos desses negócios a aumentarem as vendas além do pão nosso de cada dia. Para isso, a empresa passou a criar produtos e equipamentos específicos para esses estabelecimentos. 
 
Gisele Lopes, gerente de trade marketing para pequenos e médios empreendimentos varejistas da BRF, lembra que, para valorizar esses produtos, que vão de embutidos a laticínios e pratos congelados, a empresa também passou a oferecer treinamento para os funcionários que trabalham no setor de corte de frios, especialmente nas padarias e nos supermercados. Para atingir esse objetivo, firmou parceria com o sindicato das padarias para ampliar estas ações em todo o País. 
 
Entre as ações já desenvolvidas, está a criação de painéis com fotografias de sanduíches e pratos que levam seus produtos, assim como tabelas de preços que contribuem para melhorar o visual das padarias e estimular os consumidores, atraindo sua atenção para o segmento de frios. "Ampliamos constantemente o mix de produtos para este segmento, pois o espaço físico foi ampliado e separado em vários ambientes, como restaurante, área de compras e até um setor de hortifrutigranjeiros. Por isso, vamos desenvolver ainda freezers diferenciados para oferecer congelados e pratos prontos", acrescenta. 
 
Além disso, a equipe responsável pelos produtos lácteos, que era terceirizada, passará a fazer parte da própria BRF e será treinada para tratar diretamente com as padarias e atender as necessidades dos clientes. 
 
A gerente da BRF ressalta que a participação da empresa na Fipan, a feira da panificação encerrada na última quinta-feira em São Paulo, faz parte de um esforço para estreitar estes laços e que os resultados desta iniciativa e dos contatos estabelecidos durante os quatro dias de feira serão avaliados posteriormente para a criação de uma estratégia de aproximação e atendimento diferenciada. Para Lopes, a expectativa é positiva e deve gerar resultados significativos a médio prazo.
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