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Brasil e México em parceria promissora - 25/06/2012

Os empresários brasileiros começam a despertar para as alianças comerciais com o México. As duas maiores economias da América Latina, que hoje concentram a maior parte dos US$ 8,59 bilhões de suas trocas comerciais na pauta automotiva, teriam juntas um amplo espaço para crescer no mercado internacional em setores diversificados. O Brasil, por ser o maior e mais significativo integrante do Mercosul, e o México, pela grande quantidade de acordos bilaterais que possui com 44 países e por integrar o bloco Nafta, de livre comércio com Estados Unidos e Canadá. E, com o objetivo de intensificar ainda mais essas relações, a Associação Empresarial Brasil-México (AseMexBra) realizará, no próximo 28 de agosto, o Fórum Econômico entre os dois países, em São Paulo.

Se hoje esse relacionamento passa por um momento importante, com mais investimentos de ambos os lados, segundo o cônsul-geral do México no Brasil, José Gerardo Traslosheros Hernández, entusiastas dessa relação, como o diretor da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Farid Murad – que também é um dos diretores da AseMexBra –, afirmam que é preciso equilibrar essas trocas. Isso porque boa parte dos empresários brasileiros ainda não têm percepção de que a ampliação desses acordos resultaria, nas palavras do cônsul, em um "ganha ganha" para os dois lados. "Há muito interesse em abrir oportunidades, assim como empresários ativos nesse sentido. Mas falta conhecimento, falta melhorar essa promoção."

E os números confirmam: de acordo com Hernández, enquanto de um lado os mexicanos têm US$ 25 bilhões investidos no Brasil, por empresas como Claro/Embratel, Nielsen, Net, Femsa, Bimbo (dos produtos Pullman), Mabe, Electra e Amanco, de outro, empresas brasileiras como Gerdau, Braskem, Marcopolo, Unigel, WEG e Samot, por exemplo, direcionaram US$ 6 bilhões ao país.

"Queremos aumentar a gama de relações entre ambos, e o México tem dado um bom exemplo. Mas o Brasil precisa dar o seu outro lado, fazer com que esse acordo de livre comércio funcione", completou Murad, ao citar, sem revelar detalhes, que mais uma empresa mexicana será instalada por aqui em breve, com investimentos elevados, em torno de US$ 15 bilhões.

Até o recente acordo automotivo fechado em março entre os dois países, que estabelece cotas de exportação de veículos mexicanos por três anos, não foi considerado negativo, mas uma boa perspectiva para facilitar essa relação. "O Brasil se sentiu prejudicado em mais de US$ 1,5 milhão, por isso os governos fizeram um acordo mais brando para equilibrar importações e exportações", disse Murad.

Já Hernández ressaltou que o dólar e o custo Brasil fizeram o País passar por um momento difícil para as importações. "Se hoje o México tem um superávit aqui, é preciso lembrar que já foi déficit. O importante é que esse saldo é aceitável e pode ser financiado".

Perspectivas – A luta pela ampliação do acordo comercial entre Brasil e México está na pauta dos empresários brasileiros há algum tempo, segundo Farid Murad.

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), por exemplo, é uma entidade que vem trabalhando ativamente para ampliar as exportações para o México. "Poderíamos exportar muito mais produtos para lá se conseguirmos fechar acordo de redução de alíquotas", disse Murad. O fato é confirmado pelo cônsul Gerardo Hernández. Ele lembrou das oportunidades no país, não só na indústria, como também na agropecuária. "Há muitos produtos a explorar, e se formos melhores sócios, o Brasil poderia exportar soja e trigo para os EUA", explicou. Além de cooperação científica e tecnológica, em áreas como aerospacial e de equipamentos médicos.

O cônsul citou até missões científicas promovidas para ampliar essa relação, como as realizadas recentemente pelo Consejo Nacional de Ciencia y Tecnología (Conacyt), que visitaram a Unicamp e a USP São Carlos recentemente.

A realização das eleições para presidente no México, em 1º de julho, seria outra oportunidade para aprofundar essas relações econômicas, segundo o cônsul. "Existem muitas fortalezas competitivas no México, e a ProMex (a 'Apex' mexicana) está aí para auxiliar os planos de negócios. Precisamos fazer melhores arranjos do que temos agora para maximizar ganhos. Mas se os empresários não construírem pontes, todos ficam isolados", finalizou.

 

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