facebooklinkedin
Publicidade
:: Home :: Notícias :: Novas oportunidades para o Nordeste
Notícias Veja mais
Novas oportunidades para o Nordeste - 18/07/2016

 

A chegada – cada vez mais assídua – de maiores embarcações tem trazido à tona um tema muito comentado pelo Guia Marítimo News: a infraestrutura brasileira. Alguns portos – em sua grande maioria – ainda não possuem dragagens em seus canais de acesso suficiente para atrair esses navios, perdendo cargas, movimentação e dinheiro.

“A situação do Brasil não é fácil, é bem difícil e complicada. Você tem uma queda tremenda das importações e estamos falando de 51% no ano passado e 31% no primeiro semestre desse ano e o pior, tão pouco o País tem a infraestrutura necessária para atrair esses navios”.

A afirmação é do Diretor Superintendente da Maersk Line na Costa Leste da América do Sul, Antonio Dominguez, que aponta o Porto do Pecém como o que possui uma melhor infraestrutura para receber esses navios, mais que sofre com outro problema: a escassez de mercadorias.

Nesse sentido a construção de um Hub Port, para ele, seria um fator positivo, visto que atrairá mais cargas para a região, que ainda é “carente”. “O Porto do Pecém em matéria de infraestrutura já consegue atrair esses navios. O problema do Nordeste é que você não tem muito movimento de carga, por isso a necessidade de um Hub para atrair outras regiões, porque o comércio local, somente não tem a quantidade necessária para trazer navios. É preciso atrair também a carga de outros portos”.

E ressalta: “O principal problema dos portos brasileiros é a dragagem. Para atrair essas embarcações que necessitam de maior calado primeiro é necessário dragagem no canal de acesso, para que o navio consiga entrar no porto e também dragagem perto do porto, na chamada Área de operações, onde navio opera”.

Com previsão de receber esse Hub em 2018, o investimento previsto para o projeto na primeira fase será de R$ 800 milhões, aportados pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). (Leia no Guia)

De acordo com o Coordenador de Desenvolvimento Comercial da Cearáportos (Companhia de Integração Portuária do Ceará), Raul Neris Viana, a chegada dessas novas embarcações traz diversos benefícios para o complexo portuário, entre eles a possibilidade de trazer um número bem maior de cargas para uma quantidade bem restrita de portos (hub-ports), fazendo com que a linha de navegação economize em custos operacionais e combustível. “Na medida em que estas cargas fossem desembarcadas no hub-port, outras embarcações menores viriam coletá-las para fazer a redistribuição ao longo da costa brasileira, diminuindo o transit-time entre diversos portos de origem e destino”.

Ainda segundo ele, um acordo de cooperação com o Panamá é dos objetivos do complexo como diferencial. “Pecém é o primeiro ponto de atracação de navios vindo do norte e com capacidade de receber as embarcações de grande porte, o terminal possui potencial para ser um porto concentrador de carga. Outro diferencial do Pecém, após a conclusão das atuais obras de expansão é uma retroárea de 150 mil metros quadrados no TMUT”.

O complexo que trabalha ainda na construção de mais três berços de atracação de navios cargueiros, terá equipamentos que operarão carga geral e produtos da CSP (Companhia Siderúrgica do Pecém). O investimento total da segunda ampliação será em torno de R$ 640 milhões com recursos do tesouro Estadual e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento). “A expansão do terminal vai quintuplicar a capacidade de movimentação de cargas e coloca o Porto do Pecém em situação diferenciada e privilegiada para operar como hub port”.

 

Prioridades

Em um momento complicado vivido pelo País, a dúvida é: se os portos não possuem investimentos necessários para receber esses navios de grande porte, como pensar em investimentos em Hub Ports?

Na opinião de Dominguez essa é uma questão complicada se levarmos em consideração o momento que o País vive. “A situação que o Brasil vive é complicada e depende muito do que será feito primeiro: você recupera a economia primeiramente ou foca em investimentos nos portos para poder atrair navios maiores? É importante que a infraestrutura já esteja preparada, porque você olha para o Equador, Peru e Chile, todos eles fizeram sua tarefa e já estão preparados para receber esses navios”.

E aponta: “Apesar de a situação econômica mundial não ser a melhor tudo começa pelo investimento e o Brasil têm de fazer os investimentos corretos nos portos para poder atrair a carga para os portos brasileiros”, diz. 

Para Dominguez, a medida deve trazer novas oportunidades para o porto e para o nordeste brasileiro. “O complexo será uma estrada no mapa como um dos principais terminais portuários da América do Sul, servindo de ponto central para demandas dos outros continentes”, finalizou.

Guia Marítimo
Calendário de eventos
Abril