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Brasil prepara acordos de livre comércio com países da Liga Árabe - 14/03/2013

Apesar do ano difícil para o comércio internacional, o Brasil vem incrementando suas relações com os países da Liga Árabe. A corrente de comércio entre estas nações com o Brasil cresceu 3,24% em 2012.

Devido fundamentalmente à alta das importações, esta soma alcançou US$ 25,9 bilhões. Para aumentar a relação com a região, o Itamaraty já tem preparada uma proposta a ser entregue no Congresso Nacional para um acordo de livre comércio com o Egito. Outros países, como Jordânia, Líbano, Tunísia e Síria também possuem acordos em negociação, mas alguns empecilhos ainda impedem a assinatura dos países.

Segundo fonte ligada às negociações, existe um desejo brasileiro em aumentar a integração com estas nações. O problema, novamente, consiste na necessidade de todo os países integrantes do Mercosul aceitarem os acordos de livre comércio. Uma maior participação do Brasil nestes mercados é estratégica, segundo Michel Alaby, presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira.

No balanço anual confeccionado pela Câmara, Arábia Saudita e Egito são os maiores importadores de produtos nacionais, enquanto que Argélia e, novamente, Arábia Saudita são os maiores exportadores.

De acordo com Michel Alaby, o Brasil detém quase 10% das importações da região de produtos alimentícios, desde grãos in natura a industrializados. Sua meta é superar a marca de 15% até o final desta década. ?Nossa prioridade é o golfo arábico, onde há uma maior concentração de riqueza.?

Esta prioridade também é a do governo, que até o ano passado articulava um acordo com os seis países que integram o Conselho de Cooperação do Golfo ? Omã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Qatar, Bahrein e Kuwait.

As negociações esbarraram na Argentina, que temem uma inundação de petróleo oriundo destas nações, que estão entre os maiores produtores mundiais. Segundo a mesma fonte, existe uma cautela do lado brasileiro com o tema, mas que pode ser contornado.

Em fevereiro, 45 empresas brasileiras do setor de alimentos, bebidas e agronegócios participaram da Gulfood 2013, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, com o incentivo do governo brasileiro. Segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), os empresários estimam a realização de US$ 483 milhões em negócios após os quatro dias de evento.

De acordo com estimativas feitas pelas empresas que estiveram no evento, foram negociados US$ 150 milhões durante a feira. Além disso, exportações adicionais de US$ 333 milhões devem ser concretizadas nos próximos 12 meses.

Importação
No Brasil, toda importação de petróleo, gás e derivados passa pelo controle da Petrobras, o que reduziria este risco de ?inundação?. Do lado argentino, no entanto, não existem tantas restrições, apenas a política do ?um para um? instaurada pelo secretário do comércio interior, Mário Guillermo Moreno.

O interesse no acordo é também barrar o avanço chinês e indiano na região. Segundo Alaby, estes países detêm quase toda a importação de manufatura feita pelos países árabes. Além dos gigantes asiáticos, a Turquia também possui grande influência na liga.

Em 2012, o Brasil vendeu para a Liga Árabe US$ 14,8 bilhões, enquanto que em 2011 havia exportado US$ 15,1 bilhão. No sentido oposto, o comércio cresceu, passando de US$ 9,9 bilhões para US$ 11,1 bilhões no último ano. Entre outros motivos, estão as revoluções chamadas de Primavera Árabe.

Um importante parceiro comercial, a Síria, sofre com a revolução. Os embarques brasileiros para lá caíram 75% no último ano. Hoje, a população do país tem sobrevivido com doações. 

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