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Bancos de leite e programas contra a AIDS - 23/01/2012

Mães e bebês no Uruguai: modelo de bancos de leite

. Iniciada nos anos 1990, com a transferência da tecnologia brasileira dos bancos de leite para a Venezuela, a cooperação internacional nessa área expandiu-se a partir de 2001 ? ano em que, por sinal, a Organização Mundial da Saúde considerou a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano a iniciativa que mais contribuiu para a redução da mortalidade infantil e a promoção do aleitamento materno na década de 1990. Hoje, 23 países mantêm Bancos de Leite Humano inspirados no modelo brasileiro, a maior parte deles latino-americanos, mas também três africanos ? Angola, Cabo Verde e Moçambique ? e um europeu, a Espanha.

 

O que distingue a iniciativa brasileira de bancos de leite? Franz Novak, coordenador do Banco de Leite Humano do Instituto Fernandes Figueira, da Fiocruz, responsável pelo programa nacional, explica: em vez de fazer a distribuição pura e simples do leite recolhido, os bancos promovem e apoiam o aleitamento materno por meio da informação e educação das mães. ?Além disso, no modelo brasileiro o leite humano tem sua qualidade certificada?, ele ressalta.

 

Para Magaly Hernandez, coordenadora nacional de programa semelhante na Venezuela, os resultados são visíveis. ?A cooperação técnica entre a Fiocruz e o Ministério da Saúde venezuelano recuperou o peso dos recém-nascidos prematuros?, disse ela à PIB. A taxa de mortalidade infantil naquele país, que era de cerca de 23 por cada mil nascimentos, caiu para 17. Segundo Magaly ? que recebeu treinamento no Instituto Fernandes Figueira ?, em 2010 foram assistidas 9.555 crianças, recolhidos 1.266 litros de leite e atendidas 17.040 mães. A Venezuela prepara, agora, a inauguração de sua oitava unidade.

 

Já o Uruguai, que foi também um dos primeiros países com os quais o Brasil firmou esse tipo de cooperação, mantém hoje três unidades e tornou-se um dos modelos da rede latino-americana de bancos de leite humano, ao inovar na coleta e na distribuição. ?O Uruguai conseguiu envolver o Exército na coleta do leite?,  explica João Aprígio Guerra Almeida, coordenador do Fernandes Figueira. ?Foi pioneiro, também, em obter acordo com as companhias aéreas para o transporte do produto sem custo entre as cidades.?

 

O Brasil também tem sido procurado para ajudar a replicar em outros  países em desenvolvimento seu programa bem-sucedido de prevenção e tratamento da aids. Hoje, 23 países da América Latina, Ásia e África têm programas semelhantes estruturados por meio da cooperação brasileira. Além disso, o Brasil doa medicamentos a sete países e está construindo em Moçambique, um dos países africanos onde a doença é endêmica, uma fábrica de remédios antirretrovirais, indispensáveis no controle da doença.

 

?A doação desses medicamentos faz parte de uma política ampla em relação aos países em desenvolvimento, com os quais o Brasil fala de igual para igual?, diz Cíntia Freitas, que coordena a cooperação internacional do Ministério da Saúde para HIV/aids. Associado à entrega do medicamento, explica Cíntia, o programa de cooperação trabalha para aproximar as instituições governamentais da sociedade civil e fomentar fatores importantes para a prevenção e o tratamento da doença, tais como a promoção dos direitos humanos, a implementação de métodos de logística e o treinamento para a armazenagem correta dos medicamentos.

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