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Brasil e Canadá: comércio bilateral em alta - 15/02/2021

Apesar das incertezas econômicas trazidas pela pandemia do novo coronavírus no ano passado, as trocas comerciais entre Brasil e Canadá se intensificaram. Segundo informações da balança comercial, em 2020 a corrente de comércio (ou seja, a soma entre exportações e importações) entre Brasil e Canadá totalizou US$ (FOB) 6,041 bilhões – um aumento de 7% ante os US$ (FOB) 5,645 bilhões verificados em 2019.

De acordo com dados do Quick Trade Facts – análise trimestral feita pela Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC) que detalha o intercâmbio entre Brasil e Canadá com base nos dados oficiais de comércio exterior entre os dois países –, o mês de dezembro foi o que apresentou o maior valor na corrente comercial entre os dois países: US$ (FOB) 630,05 milhões. O segundo maior resultado foi observado em março, quando totalizou US$ 594,9 milhões; naquele mês, o novo coronavírus foi considerado uma pandemia global pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A corrente de comércio mostra ainda como o processo de crescimento nas trocas comerciais entre Brasil e Canadá tem ocorrido de forma consistente ao longo dos últimos 20 anos. Em 2000, a soma das exportações e importações era de US$ (FOB) 1,656 bilhão – montante que triplicaria nos dez anos seguintes, passando para US$ (FOB) 5,03 bilhões, e teria crescimento de 20% até 2020, quando chegou aos US$ (FOB) 6,041 bilhões.

Salto nas exportações

Os dados estatísticos revelam um aumento na procura de produtos “made in Brazil” por parte dos importadores canadenses, especialmente a partir do segundo semestre – o que, segundo a análise da CCBC, teria sido possibilitado pelo câmbio favorável. Em 2020 houve um aumento de 25,25% nas exportações brasileiras, que totalizaram US$ (FOB) 4,235 bilhões – ante US$ (FOB) 3,38 bilhões em 2019.

A maior parte das vendas ao Canadá foi composta por produtos semimanufaturados (58%), seguidos de manufaturados (35%) e básicos (7%). Essa distribuição é bastante distinta da verificada em 2019, quando havia uma preponderância de exportações de bens manufaturados (49%), seguidos de semimanufaturados (38%) e básicos (13%).

Confirmando uma tendência que vinha sendo observada ao longo do ano, um dos destaques mais expressivos na pauta de exportações ao Canadá foi o bulhão dourado – que é o ouro em forma bruta, fundido sem ter passado por processo de refinamento ou industrialização, Entre 2019 e 2020, as vendas desse produto aumentaram 148% em valor, passando para US$ (FOB) 1,4 bilhão – o que o tornou responsável por um terço das receitas obtidas no período com vendas externas. A preponderância do ouro se deve ao fato de que, no contexto das incertezas trazidas pela pandemia, o minério foi mais demandado por investidores interessados em proteger seu patrimônio, aumentando assim a cotação da commodity ao longo do ano.

Representando 24% das exportações ao Canadá em 2020, o segmento de produtos químicos inorgânicos (que também inclui compostos inorgânicos ou orgânicos) teve alta de 1%, totalizando US$ 1,014 bilhão. O resultado se deve principalmente a produtos relacionados à produção de alumínio e alumina. Também se verificaram altas em produtos como ferro fundido, ferro e aço (108%) e açúcares e produtos de confeitaria (79%); eles representam, respectivamente, 7,1% e 6,8% da pauta de vendas brasileiras ao mercado canadense.

Alimentos e bebidas se destacam

O crescimento das exportações de itens alimentícios e bebidas foi bastante significativo em 2020, refletindo uma maior receptividade do mercado canadense aos produtos brasileiros. As vendas externas de manteiga, gordura e óleo de cacau subiram 403%, passando para US$ (FOB) 7,4 milhões e figurando em 31º no ranking das exportações. Já os embarques de amendoins descascados (mesmo triturados) atingiram US$ (FOB) 7,3 milhões – o que representa um expressivo crescimento de 2.174% com relação ao ano anterior, e torna o produto o 33º mais vendido ao Canadá.

Também aumentaram, com relação a 2019, as vendas de mel natural, que totalizaram US$ (FOB) 4,28 milhões (aumento de 43%); e de frutas, tais como manga, com US$ (FOB) 8,2 milhões (13%); melão, com US$ (FOB) 3,44 milhões (76%); melancia, com US$ (FOB) 491,4 mil (68%); e uva, com US$ (FOB) 446,1 mil (103%).

Vale lembrar ainda que o segmento de café, chá, mate e especiarias, que correspondeu a 2% do total das exportações do Brasil ao Canadá, apresentou uma queda de 6%, totalizando US$ 103,49 milhões. No entanto, subitens desta categoria tiveram crescimento no ano, como foi o caso do café solúvel – cujas vendas subiram 9%, atingindo US$ 15,2 milhões.

Retração nas importações

Já no sentido oposto, houve baixo crescimento das importações brasileiras de produtos canadenses, com uma ligeira recuperação em agosto. Ao término do ano, essas compras registraram um declínio de 20,25% na comparação com 2019, totalizando US$ (FOB) 1,8 bilhão.

Quase metade desse total (47,4%) se deveu às importações de adubos e fertilizantes, que totalizaram no ano passado US$ (FOB) 855,87 milhões – uma queda de 26% com relação ao ano anterior. Já o segmento de aeronaves, aparelhos espaciais e suas partes, que responde por 11,1% das importações brasileiras do Canadá, registrou alta de 25%, atingindo US$ (FOB) 199,8 bilhões.

Em 2020, a maior parte das compras do Canadá foi composta por produtos semimanufaturados (43%), seguidos de manufaturados (44%) e básicos (7%). Na comparação com 2019, observa-se um declínio de quatro pontos percentuais nas importações de semimanufaturados, aumento de sete pontos percentuais nos manufaturados e decréscimo de três pontos percentuais nos básicos.

De acordo com a análise da CCBC, a desvalorização do real no período foi um fator determinante para frear as importações em geral, e isso acabou impactando sobre os desembarques vindos do Canadá.

Desempenho trimestral

Analisados trimestre a trimestre pelo Quick Trade Facts, os números do comércio bilateral entre Brasil e Canadá revelam que, após uma rápida queda nas exportações brasileiras, elas passaram a apresentar uma tendência de elevação. Totalizando US$ (FOB) 943,48 milhões entre janeiro e março, as vendas externas brasileiras ao mercado canadense caíram 3%, para US$ (FOB) 914,9 milhões, entre abril e junho. No trimestre seguinte veio a retomada, e as exportações totalizaram US$ (FOB) 1,1 bilhão, uma alta de 22,3% na comparação com o total verificado entre abril e junho. Nos três últimos meses do ano houve salto, de 12,4%, para US$ (FOB) 1,25 bilhão.

Considerados isoladamente, os resultados do quarto trimestre representam um aumento de 44,3% na comparação com as exportações observadas entre outubro e dezembro de 2019. Com esses resultados, a participação das exportações ao Canadá dentro do total de vendas externas brasileiras em 2020 aumentou de 1,5% para 2%.

No sentido das importações verificou-se tendência similar, ainda que no sentido oposto. As vendas externas do Canadá ao Brasil passaram de US$ 398,23 milhões no primeiro trimestre para US$ (FOB) 536,5 milhões no segundo (alta de 34,7%), daí para US$ (FOB) 457,12 milhões no terceiro (queda de 14,8%) e US$ (FOB) 414 milhões no quarto (redução de 9,4%).

Como resultado, a posição do Canadá como fornecedor de produtos ao mercado brasileiro encolheu em 2020, quando o país respondeu por apenas 1,14% do total de importações feitas pelo Brasil (ante 1,28% em 2019).

 

A notícia foi publicada em 08 de fevereiro de 2021, no site da Câmara de Comércio Brasil-Canadá.

https://ccbc.org.br/publicacoes/noticias-ccbc/brasil-e-canada-comercio-bilateral-em-alta/?utm_campaign=ccbc_news_edicao_389_fev21&utm_medium=email&utm_source=RD+Station
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