Por Estadão - O superávit de julho da balança comercial superou US$ 8 bilhões e foi recorde histórico, mas apenas em parte justifica otimismo. Não há dúvida de que o resultado é bom para as contas cambiais, ajudando o País a recuperar o saldo positivo nas transações correntes do balanço de pagamento, como ocorre desde março. O superávit comercial atingiu US$ 30,4 bilhões em sete meses e US$ 50,3 bilhões em 12 meses e vem sendo reestimado para mais neste ano (a área técnica do Itaú já prevê saldo de US$ 65 bilhões em 2020). Mas, se as exportações tiveram queda moderada e se amparam no desempenho de commodities, em especial agrícolas, as importações estão em queda livre.
Em julho, as exportações caíram 2,9% pelo critério de média diária, alcançando US$ 19,6 bilhões no mês. Mas as importações diminuíram 35,2% pelo mesmo critério, para US$ 11,5 bilhões. Nos primeiros sete meses do ano, as exportações caíram 6,4%, para US$ 121,3 bilhões, e as importações cederam 10,5%, para US$ 90,9 bilhões. Esta queda tem relação direta com a fraqueza da economia decorrente da crise sanitária. Os números sofríveis da importação, liderados pela queda acentuada das compras de óleo bruto e derivados de petróleo, carvão e produtos de ferro ou aço, além de material para o segmento automotivo, derivam da pandemia do novo coronavírus – que o governo Bolsonaro insiste em minimizar.
Visto como um todo, o comércio exterior brasileiro tem fragilidades. Depende muito das vendas de soja, petróleo, carnes e minério de ferro, não só para a China, como, crescentemente, para a região asiática. Enquanto isso, diminuem as exportações para Estados Unidos, América do Sul, América Central, Europa e Oriente Médio. Países Baixos, Japão, México e Alemanha só estão atrás dos Estados Unidos nas exportações brasileiras. O Brasil continua cortejando diplomaticamente os Estados Unidos, sem tirar proveito comercial disso.
O resultado das debilidades do comércio exterior é que a economia brasileira se fecha. A medida do fechamento é a corrente de comércio (soma de exportações e de importações), que caiu de US$ 231,1 bilhões para US$ 212,2 bilhões entre os primeiros sete meses de 2019 e de 2020. O combate insatisfatório à pandemia pelo governo federal ajuda a agravar o atraso do comércio exterior do Brasil.
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