A Oxfam encomendou estudo para avaliar o impacto do aumento da frequência de eventos climáticos extremos como secas, inundações e ondas de calor nos preços dos alimentos por não encontrar nenhuma pesquisa que investigasse o assunto. A conclusão dos conselheiros é que as simulações feitas até agora, que consideram os efeitos graduais da mudança climática, subestimam as suas implicações. “Eventos climáticos extremos - como a seca deste ano nos Estados Unidos - pode destruir colheitas inteiras e provocar picos dramáticos nos preços da comida”, diz o conselheiro para Política de Mudança do Clima da Oxfam, Tim Gore. O texto de apresentação do estudo compara a magnitude destes picos a duas décadas de aumentos de longo prazo. “Ele sinaliza a necessidade urgente de um teste de estresse completo do sistema alimentar global”, alerta. O estudo foi divulgado hoje pela Oxfam, confederação internacional que reúne 17 organizações de mais de 90 países contra a fome e a pobreza.
A pesquisa estima o impacto de cenários climáticos extremos nos preços dos alimentos em 2030. Além de uma vulnerabilidade maior do mundo à seca nos Estados Unidos, país responsável pela maior parte da produção mundial de trigo e milho, a pesquisa estima que secas e inundações no sul da África poderia aumentar o preço ao consumidor de milho e outros grãos em até 120%. Se fosse hoje, o saco de 25 kg de farinha de milho, capaz de alimentar uma família pobre da África por duas semanas, saltaria de cerca de US$ 18 para US$ 40. Se os eventos ocorressem na Índia, provocaria um aumento de 25% nos preços mundiais do arroz. Para Gore, um golpe enorme para os mais pobres do mundo, que já gastam 75% de sua renda com alimentação.
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Fotos:
Capa: Mexicano colhendo trigo/divulgação Oxfam
Interna: divulgação Oxfam
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