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O que sinaliza o PIB do terceiro trimestre? - 04/12/2017

O que sinaliza o PIB do terceiro trimestre?


A percepção é de retomada gradual da atividade econômica, com perspectiva de encerrar o ano de 2017 com crescimento próximo a 1% e resultados mais robustos a partir de 2018


  Por Instituto Gastão Vidigal 01 de Dezembro de 2017 às 20:15

  | Da equipe de economistas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP)


Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou crescimento de 0,1% no terceiro trimestre, em relação ao período abril-junho, livre de influências sazonais, pouco abaixo das expectativas de mercado (0,3%).

Em relação ao mesmo período de 2016, o aumento da atividade econômica alcançou 1,4%, ante estabilidade observada no trimestre anterior. Do mesmo modo, no acumulado do ano se verifica alta de 0,6%, contra estabilidade registrada na leitura anterior.

Esses resultados ratificam os diversos sinais de que a economia, por fim, se recupera após a pior recessão de sua história (redução do desemprego, criação de novos postos de trabalho, aumento do consumo e da produção industrial, etc).

Pelo lado da demanda, frente ao primeiro trimestre de 2016, o consumo das famílias, seu principal componente, cresceu 2,2%, devido à recomposição da renda, em decorrência da redução da inflação, à maior geração de postos de trabalho e à expansão do crédito, com menores juros e prazos de financiamento mais dilatados. 

Por sua vez, o investimento produtivo e em infraestrutura (formação bruta de capital fixo) continuou em queda (-0,5%), porém de forma muito menos intensa do que no segundo trimestre, mantendo-se a mesma base de comparação (-6,5%).

No contraste com os três meses imediatamente anteriores, livre de influências sazonais, houve, inclusive, aumento de 1,6% nesse tipo de despesa, refletindo a recuperação da indústria e a retomada das importações de bens de capital, elevando sua participação em relação ao PIB a 16,1%, nível ainda bem abaixo da média dos emergentes (25%), porém superior aos 15,5% observados no segundo trimestre.

Continuou havendo contração do consumo de governo (-0,6%), que corresponde fundamentalmente às despesas com servidores nas três esferas governamentais, embora bastante menor à contabilizada entre abril e junho (-2,4%).

As exportações deram novamente contribuição ainda mais positiva ao crescimento econômico (7,6%), em relação ao trimestre imediatamente anterior (2,5%), refletindo a recuperação da economia mundial e o impacto positivo da “supersafra”.

Pelo lado da oferta, depois de muito tempo, todos os três grandes setores apresentaram expansão de sua atividade, frente ao mesmo período do ano anterior, destacando-se a alta de 1,0% dos serviços, que constituem o principal setor produtivo da economia, impulsionados pelo comércio atacadista e varejista.

Durante o mesmo lapso, a atividade industrial também mostrou retomada, ao crescer 0,4%, influenciada pelo desempenho positivo da indústria de transformação, da construção, das indústrias extrativas e dos serviços industriais de utilidade púbica (SIUP).

Mais uma vez a produção agropecuária representou o principal destaque positivo, ao aumentar em 9,1%, ainda refletindo a safra recorde obtida no ano, produto das condições climática favoráveis, e os ganhos de produtividade ocorridos no setor.

Em síntese, o quadro acima corrobora a percepção de retomada gradual da atividade econômica, com perspectiva de encerrar o ano de 2017 com crescimento próximo a 1%, mostrando resultados mais robustos a partir do próximo ano.

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