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África ainda não é alvo das exportações brasileiras - 19/08/2016

 

Evento realizado pela Thomson Reuters em parceria com a AfroChamber (Câmara de Comércio Afro-Brasileira) discutiu as vantagens e oportunidades de se fazer negócios com a África frente a outros mercados. Entre as principais conclusões do encontro está o fato de que, apesar de estar em plena ascensão econômica, a África ainda não é alvo das exportações brasileiras.

De acordo com os especialistas presentes do evento, a imagem que as empresas brasileiras têm do continente é a mesma de 30 anos atrás. Essa imagem distorcida, na opinião do especialista em Tratados de Livre Comércio da Área de Negócios de Comércio Exterior da Thomson Reuters, Marcos Piacitelli, é o principal problema. “Por anos, a imagem que chegava para nós dos países africanos era de que se tratava de um lugar de pobreza e assistencialismo”, explica. “No entanto, os países que formam o continente passaram por uma transformação que começou há pelo menos 30 anos e hoje se tornaram potências econômicas sólidas, que contemplam a formação de uma classe média com elevado nível de consumo e que contam com uma juventude empreendedora”, analisa.

A estimativa para a economia africana é de um crescimento de 7,7% ao ano entre 2014 e 2019, cerca do dobro da taxa de economias avançadas. O aumento do consumo pela classe média emergente, aliado a uma média de 8% de crescimento anual do PIB do continente, poderá ainda, segundo o especialista adicionar US$ 1,1 biliões ao PIB africano até 2019. “O Brasil é um país que tem forte influência da cultura africana e detém a produção dos principais produtos consumidos pela sua população. Porém, mesmo estando em ascensão econômica, a África ainda não é alvo das exportações brasileiras. Temos uma participação inexpressiva no comércio exterior para esse continente, representando apenas 1,85% das exportações para aquela região”, completa.

Piacitelli explica também que alguns países como Tunísia, Quênia e Nigéria, por exemplo, têm apresentado crescimentos exponenciais. “A Tunísia tem hoje uma economia moderna e uma jovem população altamente educada, que busca cada vez mais mudanças para elevar a economia daquele país. Já o Quênia se tornou o centro econômico do leste africano, assim como a Nigéria que hoje tem o maior PIB do continente”, explica.

 

Os produtos que lideram as importações no continente africano são os de bens de consumo, seguido por bens de capital, combustível, máquina e eletrônica, além de bens intermediários. Isso só reforça o fato de que as empresas estão perdendo a oportunidade de abastecer um mercado promissor. “Há uma forte demanda para setores de vestuário, alimentos, construção civil e oportunidade de investimentos em segmentos como infraestrutura e saúde na África. O Brasil tem absolutas condições de ser protagonista no continente africano, assim como já acontece com a Europa, a China e os EUA”, declarou Rui Mucaje, Presidente da Afrochamber.

Piacitelli ressalta ainda que o crescimento médio do PIB das seis maiores economias da África entre 2014 e 2017 varia de 7,12% (Ruanda) a 9,70% (Etiópia) e a importância relativa da África no fornecimento de crescimento global tende a aumentar com a desaceleração no crescimento da China, Rússia e Brasil. “Portanto, apesar de ainda enfrentar desafios com baixos níveis de produto per capita interno bruto, desigualdade de renda e instabilidade política em alguns países, o continente africano demonstra um grande potencial de aumento do consumo e, sem dúvida, é uma região que oferece muitas oportunidades ao setor de comércio exterior”, conclui o especialista.

 

 

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