“‘Balli, balli’ é um dos princípios de negócios mais importantes aqui" diz Roman Müller, Managing Director Air & Sea Logistics Korea na DACHSER. "Isso significa algo como 'mais rápido, mais rápido!' — o que explica um pouco do sucesso econômico da Coreia do Sul em poucas palavras."

Produtora de arroz, cevada, legumes, gado bovino e suíno, galinhas, leite, ovos, peixe e frutas, além dos produtos industrializados como eletrônicos, automóveis e até navios, o país ganhou forma e força em um ritmo rápido. O segredo? Inovação e progresso tecnológico. A impressionante guinada do país asiático ajudou na evolução de uma nação necessitada que passou de fazendeiro para a quarta maior economia da Ásia em meros 40 anos.

De um país dependente da Alemanha, Japão e Estados Unidos na década de 60, para uma das nações mais desenvolvidas atualmente no mundo, os desafios envolveram receber tecnologia de ponta de outras nações e o aprendizado, transformando o país pela inovação.

Com um PIB abaixo do de Moçambique, Congo e Senegal em meados de 1960, a produção econômica do país decolou desde então para 150 vezes esse valor. Em 2015, o PIB atingiu quase 1,4 trilhões de dólares. Economistas estão estimando crescimento de em torno de 3,2% em 2016, e 3,6% em 2017.

De acordo com o executivo – que nesse ambiente de negócios aponta o crescimento rápido da companhia – há um nome para essa história de sucesso: "O milagre no rio Han", por causa do rio que corre através da capital, Seul. Para os sul-coreanos, o rio Han representa a vontade de viver. “Através de programas econômicos controlados pelo governo e um foco constante em exportação, os fundadores do país conseguiram transformar a Coreia do Sul em um grande poder econômico com um talento impressionante para a inovação. Empresas coeranas como a Samsung e a Hyundai se classificam alto na lista da Forbes das maiores empresas negociadas em bolsa do mundo”, aponta.

Ao se tornar a Dachser Korea, em 2014 – graças a junção com uma joint venture em 2006 – a companhia aumentou significativamente os seus negócios no mercado coreano. Segundo Müller, para conseguir isso, ele garantiu em primeiro lugar que todas as vendas e processamento de pedidos, estruturas operacionais e processos estivessem de acordo com os sistemas de rápido crescimento da empresa.

“Nossos clientes mais importantes vêm dos setores automotivo, de bens eletrônicos, industriais e de consumo, assim como do setor de produtos médicos. Nós identificamos e otimizamos as rotas de transporte para os parceiros comerciais mais importantes da Coreia do Sul na China, EUA e Europa" disse, destacando que integrar a rede mundial da Dachser significa poder oferecer aos clientes conexões rápidas e soluções eficientes para todas as regiões do mundo.

Brasil 

A busca por análises comparativas entre o Brasil e Coreia do Sul remete a algumas perguntas: Qual a história econômica recente dos dois países? Qual o modelo predominante – industrial ou serviços? Como estimular as inovações tecnológicas? Quais os custos de produção?

As análises da história econômica dos dois países remetem a caminhos distintos para o crescimento e inovação. Apesar das origens predominantemente agrícolas, o Brasil ainda apresenta uma agenda de passado, buscando recursos para melhorar a qualidade da sua infraestrutura, com indicadores típicos de países subdesenvolvidos.

Um dos grandes desafios das empresas brasileiras no momento além do momento de fraco crescimento econômico, é o aumento da produtividade.

Já a Coreia do Sul se destaca como uma nação rica, graças à priorização da indústria, do avanço tecnológico, dos ganhos de produtividade. Além disso, a capacidade de investimentos para reduzir os custos de produção é antagônica entre Brasil e Coreia do Sul.