Após o fim de uma série de sanções comerciais, o Irã tem despertado o interesse de países vizinhos ou com interesses estratégicos, de acordo com artigo publicado pela IHS Fairplay.
O primeiro ministro do Japão, Shinzo Abe, está de reunião marcada para este ano em Teerã, na qual espera estabelecer uma parceria com a Índia para desenvolvimento de um complexo portuário e logístico na área de livre comércio do Golfo de Omã.
O embaixador do Japão no Irã, Koji Haneda, liderou uma delagação de empresas japonesas que visitaram o porto, estaleiros e pólos petroquímicos em Chabahar no último ano, o que intensificou o interesse do Japão na região. Desde então, as empresas do país vêm estudando o potencial investimento em indústrias como as petroquímicas e de aço, conforme declarou Haneda após a visita.
“O desenvolvimento de projetos marítimos, de estradas rodoviárias e ferroviárias em Chabahar criaria bases para a exploração do potencial da região. O Japão vem solicitar ao Irã que esses trabalhos sejam desenvolvidos em parceria”, acrescentou o embaixador. O Japão considera Chabahar como um potencial hub de logística para o Irã, Afeganistão e a Ásia Central, cuja rica fonte de recursos inclui o Turcomenistão, o quarto maior produtor mundial de gás natural.
Em fevereiro, após a suspensão de sanções comerciais ao Irã, o Japão assinou com o país um tratado que provia investimentos da ordem de US$ 10 bilhões em garantias para empresas japonesas que estabelecessem parcerias comerciais com o Irã. O tratado assinado pelo ministro de Relações Exteriores do Japão, Fumio Kishida, e o minsitro de Economia e Finanças do Irã, Ali Taiebnia, visa proteger e acelerar investimentos de companhias japonesas de diversos setores com o novo parceiro.
Em continuidade a um acordo prévio, a Índia e o Irã divulgaram recentemente a elaboração de um documento provisório no qual Nova Delhi investiria na modernização da infraestrutura dos dois berços existentes em Chabahar, com recursos angariados em financiamento de 10 anos, prevendo a renovação de contrato mediante consenso mútuo.
Chabahar fica na província de Sistan-Baluchistan Province, cerca de 880 quilômetros ao norte do Porto de Kandla e cerca de 1260 quilômetros, também ao norte, de Mumbai. O interesse estratégico de Nova Delhi sobre Chabahar justifica-se pelo seu acesso facilitado aos portos da costa oeste do país, o que garantiria acesso direto ao Irã sem a passagem pelo Paquistão.
Em um estudo sobre a viabilidade do projeto, a Consultoria global McKinsey relatou ao ministério de navegação da Índia que Chabahar poderia suprir as lacunas na demanda por uma série de commodities na Índia, tais como intermediários da indústria petroquímica e de Ureia, devido à proximidade com os portos indianos.
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