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Especialistas defendem abertura do comércio para combater recessão - 10/08/2015

Vender mais e para uma quantidade maior de países pode ajudar a amenizar a crise, é o que defendem especialistas em comércio exterior. Para eles, a abertura comercial passa, fundamentalmente, por uma maior flexibilização do Mercosul.

Presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato defende que o incentivo ao investimento estrangeiro pode trazer algum alívio à economia brasileira, principalmente por poder "sustentar" empresas nacionais prejudicadas pela crise. Tem opinião semelhante o vice presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Fábio Faria. "O caminho para o comércio exterior pode apresentar um contraponto em relação ao desaquecimento vivido atualmente pelo país."

Tanto Borbato quanto Faria acreditam na necessidade de mudanças no Mercado Comum do Sul (Mercosul) para que o Brasil tenha maior liberdade ao fazer futuras negociações. O tratado, do qual também fazem parte Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela, cria entraves para a criação de acordos entre países membros e outras nações. O vice-presidente da AEB diz que "há dissonância grande entre os interesses dos países, que não necessariamente convergem".

O saldo do Brasil no Mercosul tem sido positivo, mas não é animador. Depois de chegar a mais de US$ 8 bilhões em 2011, a balança comercial (exportações menos importações) brasileira ficou em pouco mais de US$ 3 bilhões no ano passado. Nos primeiros sete meses de 2015, o acumulado alcançou US$ 2,929 bilhões. "O saldo é importante, mas o Mercosul acaba custando muito caro por trazer limitações para o país em outras negociações", afirmou Barbato.

Buscar alternativas ao Mercosul também é objetivo do candidato de oposição ao kirchnerismo na corrida pela Presidência da Argentina, Mauricio Macri. Caso eleito no final deste ano, o atual prefeito de Buenos Aires proporia regras menos rígidas aos países membros, que teriam maior facilidade para fechar acordos bilaterais com nações que não fazem parte do tratado.

A necessidade de diversificar e ampliar as vendas externas feitas pelo Brasil foi manifestada pelo próprio Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) no último Plano Nacional de Exportações (PNE). Sobre as metas para o setor, o governo coloca como primeiro pilar estratégico a ampliação do acesso a mercados em todo o mundo. Outras diretrizes destacadas no documento são "promoção comercial" e "facilitação de comércio".

Economista da Barral M Jorge Consultores Associados, Renata Vargas Amaral acredita que desde a criação do PNE o governo tem adotado uma "postura diferente" em relação ao comércio exterior. Segundo Amaral, é positiva a aproximação recente com países como México, "que pode vir a ser um grande parceiro", e Estados Unidos, "por ser importante comprador de manufaturados brasileiros", produtos que valem cada vez mais em relação às commodities.

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