A busca pelo mercado externo pode ser um bom caminho para quem tem um negócio. Afinal, ao mirar no exterior, o empreendedor atinge uma base de, literalmente, bilhões de clientes. De quebra, pode encontrar fornecedores que vendam maquinário e matérias-primas mais baratos que os encontrados por aqui.

Para entrar em contato com mercados de outros países, um caminho é participar das feiras dos mais variados segmentos e que acontecem periodicamente em todo o planeta. E, para ir até esses eventos, os empreendedores podem contar com a ajuda do Conselho Brasileiro das Empresas Comerciais Importadoras e Exportadoras (CECIEx).

O Ceciex surgiu em 2006, como uma entidade ligada à Associação Comercial de São Paulo (ACSP). "Começamos uma aproximação com essas tradings [empresas que exportam e importam produtos]. Entendíamos que contávamos com as habilidades comerciais que aumentariam as relações delas com o mercado externo", afirma Roberto Ticoulat, presidente do CECIEx.

Em 2007, foi criado o principal órgão governamental de apoio às empresas exportadoras: a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). No entanto, na época, menos da metade das empresas associadas à Apex eram exportadoras contínuas, segundo a própria entidade.

Posteriormente, ao perceber que o CECIEx fazia um bom trabalho ao conectar as empresas brasileiras ao mercado externo, a Apex resolveu criar projetos em conjunto com o conselho. Em 2012, desvinculou-se da ACSP e começou a operar como entidade independente.

Por fim, no ano passado, nasceu o Brazilian Suppliers, iniciativa que, em parceria com a Apex, promove a participação de empresas brasileiras em missões comerciais e feiras no exterior e o fortalecimento do relacionamento entre negócios nacionais e internacionais. As companhias que fazem parte do projeto podem, ainda, conseguir subsídios para participar desses eventos.

Um bom exemplo da atuação do CECIEx pode ser visto por meio da análise da participação de empresas associadas em feiras ocorridas recentemente. Em uma delas, o Salão Internacional da Alimentação (Sial), realizado em abril, no Canadá, o CECIEx levou sete empresas comerciais importadoras e exportadoras – companhias que atuam como representantes de negócios estabelecidos no Brasil. No total, essas "comerciais" intermediaram transações de 30 empresas brasileiras. O valor financeiro resultado das transações feitas durante a feira foi de US$ 1,15 milhão. A expectativa de negócios com os contatos realizados na feira é de US$ 4,75 milhões nos próximos 12 meses.

Segundo Ticoulat, qualquer companhia que atue no ramo de comércio exterior pode participar do CECIEx. Ao se tornar participantes, as empresas devem fazer uma contribuição, que pode ser trimestral (R$ 150) ou anual (R$ 580). Os critérios de seleção dos participantes das feiras se baseiam no grau de maturidade das empresas e do segmento dos eventos em questão.

Apesar do foco em feiras, o CECIEx se define como uma entidade com um objetivo mais amplo: defender e representar os interesses das empresas brasileiras de comércio exterior, inserir empresas que tenham interesse em ingressar no mercado internacional e coordenar as reivindicações do setor. Para, de fato, posicionar-se como um defensor da categoria, o conselho tem força política para expor suas demandas a vários órgãos públicos, como o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) e a Receita Federal.

Dentre os planos do CECIEx para o futuro, destacam-se a renovação do parceria com a Apex, o início de uma relação com o Sebrae e a organização de uma missão realizada em conjunto com a Taiwan Trade Center do Brasil (Taitra), com objetivo de levar empreendedores brasileiros ao país asiáticos. "Temos como objetivo ser a principal entidade representativa do setor e nos tornarmos referência de excelência nos serviços prestados por nós", afirma.