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A Islândia, mais perto do Brasil - 16/10/2014

A Islândia tem a pesca como principal atividade econômica e exporta de 97% a 99% da produção, essencial para a balança comercial do país. Por isso, representantes do governo islandês e empresários do segmento vieram literalmente vender seu peixe ao mercado brasileiro. Os islandeses estão de olho no crescimento do poder aquisitivo da população brasileira e oferecem produção de alta qualidade, beneficiada por condições climáticas e ambientais favoráveis. Atualmente, o Brasil adquire apenas 500 toneladas por ano do país europeu, cujas compras de itens brasileiros representam somente 5,8% da sua balança comercial.

Uma missão islandesa, composta por representantes do governo e empresários, apresentou ontem um seminário na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) com o objetivo de iniciar contatos com empreendedores brasileiros interessados em estabelecer relações comerciais. Hoje, a Islândia adquire apenas alumínio e bauxita do Brasil e pretende ampliar tanto suas exportações quanto importações.

Rogério Amato, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), enfatizou a importância do encontro para a integração entre os países por meio da atividade comercial, pois ela gera recursos, trabalho e progresso para todos os envolvidos. "Esta é uma das missões da ACSP: estimular as relações comerciais entre nações, pois elas reforçam o estímulo à livre iniciativa", acrescentou.

O encontro foi coordenado por Roberto Ticoulat, vice-presidente da ACSP e presidente do Conselho Brasileiro das Empresas Comerciais Importadoras e Exportadoras (CECIEx). Para Ticoulat, é importante estabelecer relações comerciais com um país que tem uma legislação que inclui o respeito ao meio ambiente em um momento em que o Brasil já se consolidou como um mercado consumidor global.

Por isso, sua expectativa é de que os dois mercados ampliem suas trocas a curto e médio prazos. O economista chefe da ACSP, Marcel Solimeo, enfatizou o papel da entidade como facilitadora para as empresas brasileiras exportadoras de todos os portes.

Certificação internacional

Durante a apresentação, Gunnar Bragi Sveinsson, ministro das Relações Exteriores da Islândia, lembrou que a distância física entre as duas nações não é empecilho para o avanço nas relações comerciais e que os primeiros contatos com o governo brasileiro foram positivos. O objetivo é conhecer melhor as normas exigidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para a importação de pescado. "Nossa meta é elevar o número de contratos comerciais tanto com o Brasil quanto com o Mercosul", acrescentou.

Gudný Káradóttir, agente de promoção islandesa, lembrou que o setor de pesca passou por processo de certificação internacional e, por isso, não espera dificuldades para atender as normas brasileiras. Ela afirmou que 80% das exportações do país são destinadas à Europa e que o grupo busca novos mercados. "Nossas exportações para o Brasil somam menos de 2% do total das vendas externas", disse, acrescentando que este é um momento favorável para o segmento, já que ele recebeu maciços investimentos em certificação e aperfeiçoamento tecnológico da indústria. Suas técnicas de produção são reconhecidas pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Desafios e expectativas

Para expandir as relações comerciais, Magnús Ólason, consul honorário da Islândia em Curitiba, lembrou que há muitos desafios a serem superados no Brasil no segmento de pesca. Segundo ele, a indústria brasileira precisa aperfeiçoar técnicas de manuseio da pesca para diminuir custos e aumentar produtividade. Ólason apresentou algumas empresas islandesas, como a Marel, Visir e Norlandia, que atuam no segmento há mais de duas décadas e desejam exportar para o mercado brasileiro.

O encontro contou também com a presença de empreendedores brasileiros do setor. Leandro Tarada, que atua no mercado há nove anos, considerou o evento uma oportunidade para conhecer as empresas islandesas e suas técnicas de trabalho. Na sua opinião, seria importante também obter mais informações sobre a cultura de consumo de pescado dos islandeses. "Queremos conhecer tanto os produtos quanto os processos industriais islandeses", acrescentou Heiji Tamada, empresário do segmento.

 

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