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Cresce o interesse de vender para países do Oriente Médio - 02/07/2014

O desejo das empresas nacionais de exportar seus produtos para os países do Oriente Médio não para de crescer. O grande potencial de consumo e a busca por bens de maior valor agregado são os dois principais fatores de atração para este mercado. Entre os setores que reforçam esse discurso e que elegeram para os próximos anos nações árabes como alvo estão o de calçados e o de têxteis. A indústria de alimentos também enxerga a região com bons olhos.

No primeiro trimestre de 2014, a exportação de alimentos para o Oriente Médio atingiu um índice recorde. Apesar de crescer apenas 1,61% em volume ante o mesmo período de 2013, as vendas para a região somaram quase quatro milhões de toneladas. "O setor de alimentos é o mais beneficiado atualmente pelo comércio entre Brasil e Oriente Médio", diz o CEO e diretor-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Michel Alaby, em entrevista ao DCI.

De acordo com ele, os itens que mais atraem a atenção dos árabes são carnes de frango processadas e pratos congelados. A demanda explica o interesse da gigante BRF em ampliar sua atuação no local.

No ano passado, a companhia lançou a pedra fundamental da sua primeira fábrica construída fora do Brasil, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Foram investidos US$ 120 milhões para erguer a unidade. No local serão produzidos empanados, pizzas, hambúrgueres, industrializados e marinados, segundo a empresa.

O Oriente Médio já responde por 32% das exportações da BRF e deve ampliar esse índice ao longo dos próximos anos. "É possível estender a nossa liderança e a nossa presença neste mercado halal", disse o diretor-presidente da BRF, Cláudio Galeazzi, durante a conferência de resultados do primeiro trimestre de 2014. Halal é uma certificação que atesta que os alimentos são produzidos de acordo com a lei islâmica.

"A estratégia desenhada para o mercado externo estabelece como prioridade aumentar cada vez mais as vendas de itens de maior valor agregado", finalizou.

Calçados

O segmento calçadista também voltou suas atenções ao mercado árabe. Dos sete países definidos como alvo para o próximo biênio um é o Emirados Árabes Unidos. "Começamos a olhar com mais atenção para o Oriente Médio há cinco anos, quando detectamos oportunidades, principalmente, em relação às sandálias", afirma o presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein. De acordo com o executivo, os negócios entre essas regiões continuarão crescendo em 2014.

Entre janeiro e maio deste ano, a exportação de calçados para o Oriente Médio cresceu 26,3%, em valor ante o mesmo período de 2013, atingindo R$ 32,5 milhões. Por outro lado, o volume de pares vendidos aumentou 42,5% ante o acumulado nos primeiros cinco meses do ano passado, chegando à casa dos 3,86 milhões de pares.

A brasileira Target, responsável pela exportação dos calçados da marca Piccadilly, projeta uma alta de 35% nas embarcações para o Oriente Médio em 2014. "Nós já exportamos para os países árabes há 14 anos. É um mercado aberto para tudo e o imposto é baixo", afirma o representante de exportações da Piccadilly e diretor da Target, Felippe Tiago Fleck.

Ele ainda acrescenta que o fato de alguns países árabes, como o Catar, atraírem cada vez mais um contingente maior de turistas ampliará o consumo na região.

Têxtil

Há quatro anos, as marcas têxteis também começaram a voltar sua atenção para o mercado árabe. O interesse do público da região por itens de maior valor agregado foi o grande impulsionador da aposta.

"Após a crise mundial de 2008, percebemos que era importante buscar novos mercados-alvo, e o Oriente Médio virou uma grande aposta, até mesmo pelo fato de não ser um destino tradicional", diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Rafael Cervone. A entidade disponibilizou para os seus associados uma consultoria especializada no mundo árabe para facilitar os seus processos.

Nos primeiros três meses deste ano, os embarques do setor têxtil para os países do Oriente Médio cresceram em torno de 20%, de acordo com a Câmara Árabe.

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