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Accor prevê 130 novos hotéis no Brasil - 16/04/2014

Com um crescimento de um dígito na receita na América Latina, de 7,8% em 2013 sobre o ano anterior, a rede hoteleira francesa Accor adotou uma estratégia de expansão nesta região, mas com foco no turista brasileiro. Em três anos, a intenção é abrir 170 hotéis e ultrapassar a marca de 400 empreendimentos ante os 242 existentes na região, que concentram 38.143 quartos. A maioria dos hotéis, ou 130 deles, serão abertos no Brasil, que é onde a rede mais cresce na América Latina. Os demais serão lançados em cidades da Colômbia, Argentina, Chile, Peru, Equador e Uruguai.  A Accor tem 12 marcas de diversas categorias, como luxo, upscale (alto padrão internacional), midscale (intermediário) e econômico e faz negócios de três formas: por meio de franquias, contratos de administração com investidores, e compra e operação de hotéis existentes. A participação da América Latina em seus negócios globais ainda é pequena, de 427 milhões de euros, o equivalente a 7,71% da receita consolidada de 5,536 bilhões de euros em 2013, segundo relatório financeiro para investidores. Ainda é pouco diante da maior participação dos negócios na Europa e na França, que juntas representam 76% da receita da rede, e também diante das operações na região da Ásia e Pacífico, que detém 11% do faturamento. Ao todo, são 3,6 mil hotéis pelo mundo, com mais de 460 mil quartos, em 95 países.  À frente da estratégia de avançar na América Latina está Patrick Mendes, diretor geral de Hotel Services Luxo, Upscale (alto padrão internacional) e Midscale (intermediário) na América do Sul, que na prática é o responsável pela expansão das bandeiras Sofitel, Pullman, Grand Mercure, Mercure, Novotel e Adagio.  Francês de Bordeaux, Mendes faz questão de testar os novos empreendimentos da rede. Na última semana, ele foi um dos primeiros a usar os equipamentos da academia do mais recente lançamento do grupo: o Mercure de Punta Carretas, em Montevidéu, hotel de 41 quartos que recebeu investimento de US$ 6 milhões do grupo Atijas Casal e o Estúdio NSB. É o terceiro da rede Accor no Uruguai, que já tem um Ibis (categoria econômico) e um Sofitel (luxo).  Mendes comandou importantes mudanças na rede na América Latina, desde sua chegada, no começo de 2012. Uma delas foi liderar a aquisição, pela Accor, das redes hoteleiras Caesar Park e Caesar Business. Um total de 28 empreendimentos no Brasil, Argentina e Chile, pelo valor de US$ 275 milhões. Esses hotéis foram convertidos para as marcas Sofitel e Pullman. Especificamente no Brasil acompanhou a modernização dos hotéis Mercure que, segundo ele, estão prontos para a Copa do Mundo. Na entrevista a seguir, ele fala sobre a importância do mercado brasileiro para os negócios da companhia na região.  Diário do Comércio – Os hotéis já estão preparados para a Copa do Mundo? Patrick Mendes – Sim. Fizemos uma modernização completa dos hotéis Mercure nos últimos três anos. Ao todo, o investimentos dos nossos parceiros investidores foi de R$ 100 milhões em 62 hotéis. Fizemos concursos de designers para escolher os melhores projetos para a modernização dos hotéis com a supervisão da equipe de marketing para ficar no padrão Mercure. Não aceitamos reformas de piso. É preciso trocar cores, mobiliário. O estilo de cada hotel é variável, mas o padrão não.  DC – Como foi convencer os parceiros investidores a modernizar os empreendimentos? Mendes – A minha missão era modernizar e garantir a qualidade da marca, mas com novo design. Tive que ser duro no início para vender o conceito e a marca Mercure saiu de oito hotéis que não aceitaram reformar. Tive que tomar decisões radicais, mas que garantiram a segurança ao hóspede e retorno ao investidor. O resultado é que houve impacto na taxa de ocupação média dos hotéis reformados, que subiu de 63% para 67%. Além disso, os investidores puderam cobrar uma diária 8% maior. O cliente aceita pagar R$ 350 de diária em um hotel de qualidade, o que não ocorria antes da modernização.  DC – E como está a formação de preços para o evento Mundial? Mendes – Olhamos a Copa do Mundo como o feriado de Carnaval. O período do evento é curto, de um mês, sendo que as pessoas passarão de três a quatro dias em cada cidade. O impacto em nossa diária é o mesmo de um feriado de Carnaval. As cadeias hoteleiras internacionais fizeram um gerenciamento importante, comparando o valor da diária na Copa com a de um grande evento, como a Fórmula 1 em São Paulo. Os preços não serão maiores do que as diárias que estabelecemos para o Carnaval no Rio de Janeiro. No próximo dia 26 vamos até lançar uma campanha e disponibilizar 100 mil quartos em todas as cidades brasileiras com diárias de R$ 99 para o Ibis e de R$ 199 para o Mercure. Há uma impressão exagerada sobre o preço e vamos fazer uma promoção para mostrar que não é bem assim.  DC – Além da Copa, porque o Brasil é um mercado importante para a Accor, que pretende lançar 130 hotéis no Brasil de um total de 170 na América Latina? Mendes – O brasileiro representa 80% do nosso público. A receita no Brasil cresce 26% enquanto na América Latina a elevação é de 7,8%. É claro que o crescimento econômico do Brasil é fundamental, mas ele representa apenas 20% do nosso resultado. Mesmo com uma atividade subindo aquém do previsto nos últimos três anos, nosso resultado no Brasil foi excelente porque investimos em qualidade, treinamento, serviços e na renovação de unidades.  DC – Onde serão lançados os primeiros hotéis do plano de expansão no Brasil? Mendes – No Brasil há previsão de abrir neste ano na Praia da Barra, no Rio de Janeiro e em Uberlândia, em Minas Gerais. No ano que vem, teremos em Ribeirão Preto.  DC – Há alguma estratégia para manter a atenção do cliente brasileiro na internet? Mendes – Sim. A internet é uma estratégia forte e está no foco dos nossos planos principais. Temos 240 milhões de internautas e nosso site está disponível em 12 idiomas. A internet e o programa de fidelidade são os dois pilares para crescermos em volume de clientes. A participação do cliente brasileiro é uma das mais altas, de 25%. Ou seja, um a cada quatro clientes que reserva quartos no nosso site é brasileiro. O desafio é continuar atraindo ele para nosso site, mas manter nossa rede em páginas de parceiros. O principal elemento será criar vantagens diferentes para que o brasileiro faça a reserva na nossa própria ferramenta.  DC – Fale sobre o outro pilar, o programa de fidelidade. O que ele representa para a rede? Mendes – É um dos nosso pilares porque o turista brasileiro gosta do nosso programa de fidelidade. Ao todo, são 1,6 milhão de pessoas com nosso cartão fidelidade que nos procuram para trocar pontos por diárias. É a maior taxa de penetração do programa no mundo. Toda vez que o cliente brasileiro vai se hospedar em cidades da França ou de outros países da Europa, além da América do Sul, procura nosso hotel para usar os pontos. O brasileiro se desloca muito e queremos estar nos lugares que eles vão visitar.   * A repórter viajou a Montevidéu a convite da Accor.  Consultoria vê potencial na América do Sul   Ranking da consultoria de investimentos e serviços imobiliários Jones Lang Lasalle, do primeiro semestre de 2013, mostra que a Accor era a marca líder no Brasil em número de quartos, seguida por Choice e Louvre Hotels. Entre as administradoras, a Accor também liderava, seguida pela Atlantica e BHG Brazil Hospitality.    O relatório sobre o setor em 2014 é claro para as empresas do setor hoteleiro: a América do Sul é o lugar onde o foco do investidor deve continuar. Segundo o documento, a evolução das economias maduras da região trará o aumento de demanda desproporcional na próxima década.  Além de oportunidades em alta escala no Brasil, a consultoria diz que há potencial em países como Colômbia, Chile e Peru. Com um estoque pequeno fora das principais cidades dos países da região, a estimativa é que sejam necessários 425 mil novos quartos de hotel nos próximos dez anos.Com um crescimento de um dígito na receita na América Latina, de 7,8% em 2013 sobre o ano anterior, a rede hoteleira francesa Accor adotou uma estratégia de expansão nesta região, mas com foco no turista brasileiro. Em três anos, a intenção é abrir 170 hotéis e ultrapassar a marca de 400 empreendimentos ante os 242 existentes na região, que concentram 38.143 quartos. A maioria dos hotéis, ou 130 deles, serão abertos no Brasil, que é onde a rede mais cresce na América Latina. Os demais serão lançados em cidades da Colômbia, Argentina, Chile, Peru, Equador e Uruguai.

A Accor tem 12 marcas de diversas categorias, como luxo, upscale (alto padrão internacional), midscale (intermediário) e econômico e faz negócios de três formas: por meio de franquias, contratos de administração com investidores, e compra e operação de hotéis existentes. A participação da América Latina em seus negócios globais ainda é pequena, de 427 milhões de euros, o equivalente a 7,71% da receita consolidada de 5,536 bilhões de euros em 2013, segundo relatório financeiro para investidores. Ainda é pouco diante da maior participação dos negócios na Europa e na França, que juntas representam 76% da receita da rede, e também diante das operações na região da Ásia e Pacífico, que detém 11% do faturamento. Ao todo, são 3,6 mil hotéis pelo mundo, com mais de 460 mil quartos, em 95 países.

À frente da estratégia de avançar na América Latina está Patrick Mendes, diretor geral de Hotel Services Luxo, Upscale (alto padrão internacional) e Midscale (intermediário) na América do Sul, que na prática é o responsável pela expansão das bandeiras Sofitel, Pullman, Grand Mercure, Mercure, Novotel e Adagio.

Francês de Bordeaux, Mendes faz questão de testar os novos empreendimentos da rede. Na última semana, ele foi um dos primeiros a usar os equipamentos da academia do mais recente lançamento do grupo: o Mercure de Punta Carretas, em Montevidéu, hotel de 41 quartos que recebeu investimento de US$ 6 milhões do grupo Atijas Casal e o Estúdio NSB. É o terceiro da rede Accor no Uruguai, que já tem um Ibis (categoria econômico) e um Sofitel (luxo).

Mendes comandou importantes mudanças na rede na América Latina, desde sua chegada, no começo de 2012. Uma delas foi liderar a aquisição, pela Accor, das redes hoteleiras Caesar Park e Caesar Business. Um total de 28 empreendimentos no Brasil, Argentina e Chile, pelo valor de US$ 275 milhões. Esses hotéis foram convertidos para as marcas Sofitel e Pullman. Especificamente no Brasil acompanhou a modernização dos hotéis Mercure que, segundo ele, estão prontos para a Copa do Mundo. Na entrevista a seguir, ele fala sobre a importância do mercado brasileiro para os negócios da companhia na região.

Diário do Comércio – Os hotéis já estão preparados para a Copa do Mundo?
Patrick Mendes – 
Sim. Fizemos uma modernização completa dos hotéis Mercure nos últimos três anos. Ao todo, o investimentos dos nossos parceiros investidores foi de R$ 100 milhões em 62 hotéis. Fizemos concursos de designers para escolher os melhores projetos para a modernização dos hotéis com a supervisão da equipe de marketing para ficar no padrão Mercure. Não aceitamos reformas de piso. É preciso trocar cores, mobiliário. O estilo de cada hotel é variável, mas o padrão não.

DC – Como foi convencer os parceiros investidores a modernizar os empreendimentos?
Mendes –
 A minha missão era modernizar e garantir a qualidade da marca, mas com novo design. Tive que ser duro no início para vender o conceito e a marca Mercure saiu de oito hotéis que não aceitaram reformar. Tive que tomar decisões radicais, mas que garantiram a segurança ao hóspede e retorno ao investidor. O resultado é que houve impacto na taxa de ocupação média dos hotéis reformados, que subiu de 63% para 67%. Além disso, os investidores puderam cobrar uma diária 8% maior. O cliente aceita pagar R$ 350 de diária em um hotel de qualidade, o que não ocorria antes da modernização.

DC – E como está a formação de preços para o evento Mundial?
Mendes – 
Olhamos a Copa do Mundo como o feriado de Carnaval. O período do evento é curto, de um mês, sendo que as pessoas passarão de três a quatro dias em cada cidade. O impacto em nossa diária é o mesmo de um feriado de Carnaval. As cadeias hoteleiras internacionais fizeram um gerenciamento importante, comparando o valor da diária na Copa com a de um grande evento, como a Fórmula 1 em São Paulo. Os preços não serão maiores do que as diárias que estabelecemos para o Carnaval no Rio de Janeiro. No próximo dia 26 vamos até lançar uma campanha e disponibilizar 100 mil quartos em todas as cidades brasileiras com diárias de R$ 99 para o Ibis e de R$ 199 para o Mercure. Há uma impressão exagerada sobre o preço e vamos fazer uma promoção para mostrar que não é bem assim.

DC – Além da Copa, porque o Brasil é um mercado importante para a Accor, que pretende lançar 130 hotéis no Brasil de um total de 170 na América Latina?
Mendes –
 O brasileiro representa 80% do nosso público. A receita no Brasil cresce 26% enquanto na América Latina a elevação é de 7,8%. É claro que o crescimento econômico do Brasil é fundamental, mas ele representa apenas 20% do nosso resultado. Mesmo com uma atividade subindo aquém do previsto nos últimos três anos, nosso resultado no Brasil foi excelente porque investimos em qualidade, treinamento, serviços e na renovação de unidades.

DC – Onde serão lançados os primeiros hotéis do plano de expansão no Brasil?
Mendes – 
No Brasil há previsão de abrir neste ano na Praia da Barra, no Rio de Janeiro e em Uberlândia, em Minas Gerais. No ano que vem, teremos em Ribeirão Preto.

DC – Há alguma estratégia para manter a atenção do cliente brasileiro na internet?
Mendes – 
Sim. A internet é uma estratégia forte e está no foco dos nossos planos principais. Temos 240 milhões de internautas e nosso site está disponível em 12 idiomas. A internet e o programa de fidelidade são os dois pilares para crescermos em volume de clientes. A participação do cliente brasileiro é uma das mais altas, de 25%. Ou seja, um a cada quatro clientes que reserva quartos no nosso site é brasileiro. O desafio é continuar atraindo ele para nosso site, mas manter nossa rede em páginas de parceiros. O principal elemento será criar vantagens diferentes para que o brasileiro faça a reserva na nossa própria ferramenta.

DC – Fale sobre o outro pilar, o programa de fidelidade. O que ele representa para a rede?
Mendes – 
É um dos nosso pilares porque o turista brasileiro gosta do nosso programa de fidelidade. Ao todo, são 1,6 milhão de pessoas com nosso cartão fidelidade que nos procuram para trocar pontos por diárias. É a maior taxa de penetração do programa no mundo. Toda vez que o cliente brasileiro vai se hospedar em cidades da França ou de outros países da Europa, além da América do Sul, procura nosso hotel para usar os pontos. O brasileiro se desloca muito e queremos estar nos lugares que eles vão visitar.


* A repórter viajou a Montevidéu a convite da Accor.

Consultoria vê potencial na América do Sul
 
Ranking da consultoria de investimentos e serviços imobiliários Jones Lang Lasalle, do primeiro semestre de 2013, mostra que a Accor era a marca líder no Brasil em número de quartos, seguida por Choice e Louvre Hotels. Entre as administradoras, a Accor também liderava, seguida pela Atlantica e BHG Brazil Hospitality. 
 
O relatório sobre o setor em 2014 é claro para as empresas do setor hoteleiro: a América do Sul é o lugar onde o foco do investidor deve continuar. Segundo o documento, a evolução das economias maduras da região trará o aumento de demanda desproporcional na próxima década.

Além de oportunidades em alta escala no Brasil, a consultoria diz que há potencial em países como Colômbia, Chile e Peru. Com um estoque pequeno fora das principais cidades dos países da região, a estimativa é que sejam necessários 425 mil novos quartos de hotel nos próximos dez anos.
 
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