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O dinheiro estrangeiro está voltando - 16/04/2014

Portugal, da Febraban: "O processo de crescimento do Brasil é lento, mas consistente e contínuo. Os fluxos voltaram. Apesar de uma redução em janeiro, o capital estrangeiro voltou a partir de maio. A tendência é que continue"O interesse dos investidores estrangeiros no Brasil ainda é grande, mesmo com o processo lento de crescimento econômico do País. A opinião é de Murilo Portugal, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que esteve nos Estados Unidos na semana passada, nas reuniões de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. "Tive bons contatos em Washington e em Nova Iorque e notei que o interesse continua grande. O processo de crescimento do Brasil é lento, mas consistente e contínuo", disse ontem, durante apresentação de um mapeamento sobre a educação financeira no Brasil, apoiado por diversas entidades, entre elas a Febraban, na BM&FBovespa.

Apesar de o destaque das discussões nas reuniões em Washington ter sido a economia internacional, sem menção a um país específico, Portugal diz que o cenário é positivo para o fluxo de investimento estrangeiro direto, que deve continuar forte para o Brasil. "No ano passado foram US$ 65 bilhões e o Brasil é o terceiro destino preferido desses fluxos financeiros", afirmou. Portugal lembrou que os investimentos em portfólio voltaram e devem ser mantidos ao longo deste ano.

"Nas reuniões em Washington discutimos dois grandes processos correntes na economia internacional – a normalização monetária nos Estados Unidos e o arrefecimento do crescimento da economia chinesa. Ambos são processos necessários e positivos no longo prazo. No entanto, geram problemas na transição", explicou Portugal. Ele disse que a economia norte-americana, que representa 25% de toda a economia mundial, se recupera rapidamente, o que gera uma reprecificação no valor de 60% de todos os ativos financeiros do mundo denominados em dólar. "Aqui esse movimento já provocou problemas. Mas tudo está sendo superado. Os fluxos voltaram. Apesar de uma redução em janeiro, o fluxo de capital estrangeiro voltou a partir de maio. A tendência é que continue", completou.

Planos econômicos

Outra grande questão que está na pauta dos bancos é o julgamento da correção monetária em depósitos de poupança durante os planos econômicos na década de 1980 e de 1990, ainda sem data marcada. Portugal diz que não tem informação de quando deve ocorrer. "Na verdade, houve um pedido do governo para que o Supremo Tribunal Federal considerasse a hipótese de fazer uma audiência pública sobre o tema. Nós, do setor financeiro, havíamos solicitado que a Procuradoria Geral da República fosse ouvida novamente. Um parecer técnico da Procuradoria mencionava que os bancos teriam auferido uma receita de R$ 441 bilhões com a aplicação daquela margem livre da poupança. E havia um erro de calculo de múltipla contagem no parecer. A conta correta mostra que esse valor é de R$ 4,5 bilhões, um centésimo dos R$ 441 bilhões. Apresentamos ao Supremo e pedimos para que a Procuradoria fosse ouvida a respeito. Mas não houve decisão no STF em relação a nenhum dos dois pedidos", disse.

O presidente da Febraban explicou que o assunto está com a Justiça e que não é possível afirmar se um tempo maior para a realização do julgamento será favorável para os bancos. "Mas é positivo porque contribuirá para maior esclarecimento da questão, para que haja uma decisão positiva para o País, que não onere o sistema financeiro por apenas ter cumprido as leis que foram propostas pelo Poder Executivo e aprovadas pelo Congresso Nacional", destacou.

Portugal disse que os bancos não tiveram nenhuma vantagem financeira com isso porque corrigiram os depósitos da poupança pelo mesmo índice que os empréstimos habitacionais financiados com os recursos da caderneta. "Existem estudos feitos por empresas de auditoria que fizeram uma média do retorno sobre o patrimônio líquido dos bancos no período de 1980 a 1995. E fizeram uma comparação com a média do retorno sobre o patrimônio líquido no mesmo intervalo de tempo sem os mesmos planos econômicos. O resultado médio dos bancos foi pior no período dos planos do que nos anos sem eles", concluiu.



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