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Empresários querem mais acesso a mercado marroquino - 23/09/2013

Empresários brasileiros que participaram de um encontro com o ministro das Relações Exteriores e Cooperação do Marrocos, Saad Eddine El Othmani, pediram ao representante do governo marroquino menos impostos nas trocas comerciais entre os países e mais acesso ao mercado da nação do Norte da África. A reunião foi promovida pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira, na sede da instituição, em São Paulo.

Othmani encerrou nesta quinta-feira (19) uma visita de dois dias ao Brasil, promovida para ampliar a cooperação política, cultural e comercial entre os dois países. Na quarta-feira (18), ele esteve em Brasília e se reuniu com o vice-presidente do Brasil, Michel Temer, e o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado.

No encontro desta quinta-feira na Câmara Árabe, os empresários pediram a Othmani maior acesso ao mercado marroquino. "O Brasil só exporta 870 toneladas de frango por ano ao Marrocos devido à tarifa de importação de mais de 100%. É (uma taxa) inadmissível, sobretudo do ponto de vista do consumidor. A produção do Marrocos é insuficiente para a população. O consumo no país é de 17 quilos de frango por pessoa por ano, em média. Peço que se busque uma revisão tarifária, o que será bom para todos", afirmou o presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra. Em nota, a Ubabef afirmou que em 2012, foram exportadas 888 toneladas de frango ao Marrocos.

O diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Fernando Sampaio, também fez um pedido ao ministro marroquino. Ele disse que atualmente o Marrocos não importa carne do Brasil, país que é o maior produtor mundial do produto. "Temos um acordo sanitário (com o Marrocos), mas as indústrias brasileiras não estão habilitadas a exportar para lá. Pedimos para que o ministro estenda nosso convite às autoridades sanitárias para que vejam aqui a qualidade das instalações brasileiras (de produção de carne) e então habilitem as indústrias para exportação", afirmou Sampaio.

Importação de sardinha

Diretor da fabricante de atum e sardinhas enlatadas Gomes da Costa, José Alberto Kacelmikn, afirmou que a empresa importa 15 mil toneladas de sardinha por ano do Marrocos. No entanto, a companhia paga uma taxa de importação que considera elevada. "Gostaríamos de negociar um imposto mais baixo para o Brasil, que no total compra 70 mil toneladas de sardinha do Marrocos por ano. Parte desse total tem uma cota de 2% de taxa de importação, mas o restante paga 10%. Seria melhor se existisse um acordo para ter um imposto específico", disse.

Othmani afirmou aos empresários que discutiu a realização de acordos comerciais nos encontros que teve com representantes do governo brasileiro na capital federal. "Muitos destes temas foram tratados em Brasília, assim como acordos na área econômica e também sobre a bitributação (quando dois países cobram o mesmo tributo, da mesma empresa e sobre o mesmo produto). Será constituída no começo de 2014 uma comissão mista para acertar vários dos acordos sugeridos, se chegarmos a uma conclusão final sobre o assunto", disse.

O ministro marroquino também afirmou que é possível que Brasil e Marrocos ampliem e desenvolvam novas parcerias em setores como agricultura, que o país do Norte da África considera "prioritário", e indústria. "Existe indústria aeronáutica e automotiva nos dois países, então podemos focar a cooperação nestas áreas", exemplificou.

Turismo

Othmani ainda disse que espera que os dois países aumentem o intercâmbio de turistas. Para isso, a agência de promoção de turismo do Marrocos irá inaugurar, em São Paulo, um escritório para promover o país árabe como destino aos brasileiros. Atualmente, afirmou o ministro, o Marrocos recebe 15 mil brasileiros por ano.

"Esperamos receber 25 mil já em dezembro deste ano", disse, em razão da inauguração de voos diretos entre São Paulo e Casablanca pela Royal Air Maroc, a partir de dezembro, e da realização do Mundial de Clubes, que neste ano será no Marrocos. O Atlético Mineiro irá representar o Brasil no torneio de futebol e o país espera receber milhares de torcedores do time de Belo Horizonte.

Do encontro na Câmara Árabe também participaram o diretor geral da instituição, Michel Alaby, o vice-presidente de Comércio Exterior, Rubens Hannun, o embaixador do Brasil no Marrocos, Frederico Meyer, e o embaixador do Marrocos em Brasília, Larbi Moukhariq.

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